Gastronomia de Bordo: D.Fernando – regresso às origens, reinventado!

A Costa Nova para mim é um local de paixão, amor e saudade. Durante 20 anos o mês de Setembro significava praia, férias, paródia, tripas e diversão. Tenho um amor infinito e considero-a a minha segunda casa. Ora, é fácil enquadrar na memória de infância o local pelo qual passava – O restaurante D. Fernando e a Pensão Pardal. A rua dos banhos. Os príncipes e o camarão da costa. Saudades. É um marco da Costa Nova, tal como a Marisqueira. É que o D. Fernando já existe desde 1984.

Com uma das melhores localizações da Costa, convém, é mesmo importante saberem, que o D.Fernando voltou à mesma família. O filho, o Nelson Almeida, depois de vários anos a arrendar o espaço (entre 2005 e finais de 2016) fez algumas obras e pegou novamente na casa. E se há males que vêm por bem, o COVID lançou-lhe mais um desafio: renovar os clássicos, apresentar novos conceitos e mostrar que o futuro pode ser tão ou mais brilhante que o passado.

Mas já lá voltamos. Admirem as fotos dos pratos porque irei falar do menu, da experiência gastronómica que terão se aproveitarem o Festival Gastronomia de Bordo para conhecerem este espaço. Ou lá voltarem depois de uma ausência.

Aproveitei o bom tempo e fiquei na esplanada. Duas entradas e dois pratos principais estavam à minha espera. A esplanada, pequena de 26 lugares nestes tempos, permite aproveitar duplamente: o almoço e a Costa.

Os olhos também comem é um “lugar comum”. Mas é verdade. As línguas em “beurre blanc”, duas para podermos referir o plural, estavam soberbas. Melhor início, primeiro passo para causar uma boa impressão. A segunda entrada é, quase, um prato principal, pois é o conhecido Brás de bacalhau, aqui em galete, e claro, quantidade com peso e medida.

Manteve a excelente apresentação do primeiro prato, notava-se a qualidade do produto, a crocância inicial e sabores muitos agradáveis. O nível de expectativa estava elevado.

Entretanto, o vinho tinha chegado à mesa. A carta de vinhos é a habitual nestas bandas: Douro e Alentejo em grande quantidade. Optei pela sugestão do colaborador, um Maria Izabel 2018 branco, que cumpriu a sua função com mérito. Quer o vinho quer todo o serviço.

Mas a refeição iria entrar nos seus pontos altos. O cevadoto de samos estava fantástico, com as algas, a chouriça crocante (aliás, o prato tinha várias técnicas bem trabalhadas), os samos bem definidos e de bom tamanho. Tudo delicioso. E a combinação com o segundo prato, com o seu estilo mais clássico, consegue agradar a gregos e troianos. O taco de bacalhau, os grelos, a batata foram um excelente remate para a refeição.

Fernando Almeida, cujos pais estiveram na génese da casa, com a mãe na cozinha e o pai, muito conhecido por ter sido chefe de sala da Marisqueira, e um dos grandes recrutadores naquela que era a “escola” da época para o sector, a fazer a sua arte na mesa, está de parabéns.

Mas está igualmente de parabéns porque arriscou e foi buscar, em 2020, o Fábio Silva, um jovem chef que fez o seu tirocínio por bons nomes do norte, sendo o último o Yeatman e que foi pescar ao Antiquum pelo seu braço direito da cozinha. Está uma nova carta em preparação mas os clássicos, o Ensopado de Rodovalho, o Arroz de Lavagante e a Caldeirada de Enguias, certamente estarão na nova carta, que se vai centrar em bom produto, numa apresentação cuidada e, quem sabe, mostrar a excelência dos nossos mariscos.

Fica a desculpa para lá voltar. Mas eu aconselhava-vos a ir desde já, aproveitando o Festival Gastronomia de Bordo!

entradas

LÍNGUAS COM BEURRE BLANC

BRÁS EM GALETE

pratos principais

CEVADOTO DE SAMOS

TACO DE BACALHAU

25,00€/pessoa

D.Fernando

Avenida José Estevão, n.º 164, Costa Nova

12h00 ~ 16h00 e 19h00 ~ 22h00

Informações e reservas 234 361 308 ou 913 265 321

Magnum Wine Radio 251 – A nova geração Montez Champalimaud

Miguel Montez Champalimaud é a nova geração de uma casa com um nome mítico no Douro: “Quinta do Côtto”. Mítica pela idade e estatuto grangeado durante muitos e bons anos e também muito conhecida no sector por ter sido, durante anos, uma das casas que apostaram no “screwcap” como formato de protecção do seu vinho. De regresso às rolhas de cortiça e a uma nova geração, de seu nome Miguel Montez Champalimaud não se furtou a nada durante este podcast, desde a cortiça ao vinho, da sua entrada ao que pretende para a Quinta do Côtto nestes próximos anos!

Magnum Wine Radio 247 – She by Olga… Olga Martins

Uma enóloga conceituada, uma directora executiva, um marido enólogo e um terreno / casa no Douro o que dá? Bem, para Olga Martins deu… uma sensação de espera infinita para fazer o vinho perfeito. Demorou quase vinte anos! Ela conta-nos tudo no podcast sobre o She, o seu vinho feito das uvas do… quintal 🙂

Magnum Wine Radio 246 – Os vinhos da Dina Aguiar ou uma bonita história de família

Todos conhecem a Dina Aguiar. Repórter, Jornalista, Apresentadora, a Dina faz parte do património histórico da RTP, dos tempos áureos do jornalismo televisivo público. Mas neste podcast falamos da outra Dina. Da família que faz vinho, do produto pelo qual se apaixonou e pelo qual dá a cara. Quem se deslocou a Foz Côa ao Festival do Vinho do Douro Superior foi servido por ela, que esteve no stand a falar, a conversar e a ser ela! Até pelas circunstâncias da entrevista – dupla – pois a família é importante… um Muito Obrigado Dina Aguiar!

Magnum Wine Radio 245 – O futuro da Gran Cruz

José Sousa Soares é o responsável de enologia do grupo Gran Cruz, e nesto singelo podcast deixa-nos algumas pistas que permitem situar a filosofia atual da Gran Cruz, a aquisição da Quinta do Ventozelo e a aposta nos Douros DOC e a perspectiva para a marca DALVA. Um pouco de tudo, portanto, até mesmo a paixão atual do enólogo!

Magnum Wine Radio 243 – O meu nome é Tony… Tony Smith

Não, ele não é o James Bond mas é um produtor sui generis. Ex-Jornalista globetrotter, conhece o seu parceiro de negócios, um brasileiro e muda de vida. O Douro é a casa deles, ou neste momento não controlassem as Tecedeiras, Boavista, Covela e Fundação Eça de Queiroz, sendo estas últimas da Região dos Vinhos Verdes mas bem perto do rio. Fomos saber das novidades, do Tony e até que vinho quereria beber…Ouçam tudo num podcast entusiasmante.

Magnum Wine Radio 235 – Piorro e Bocho. Vinhos que merecem ser provados

Há vinhos e vinhos. Há estilos de enólogos e estilos de enólogos. Pedro Pinto é dos meus. Num mar de vinhos que estão a sair para o mercado com os seus 2017 ou mesmo 2018 (!) há produtores cuja capacidade financeira ou estratégica ou… as duas, permitem dar tempo ao… tempo e à enologia. É o caso da 1912 Winemaker, que tem em Pedro Pinto, mais do que o seu enólogo, o porta-voz dos dois irmãos que têm uma paixão pelo vinho. Provem-no no podcast!

Magnum Wine Radio 233 – As novas Botas de João Silva e Sousa

João Silva e Sousa já tem um currículo extenso de projetos, sempre tendo o Douro como paixão. O último e mais recente, é o Botas Velhas, um projeto onde… “tomo as decisões todas” o que significa que… se não gostar, a culpa foi dele. Começou em 2017, tem quatro referências: o Bota Velha branco e tinto e o Bota Velha Vinhas Antigas (também branco e tinto). Vinhos para provar já e para guardar em cave. O resto, fique a saber na entrevista dada ao podcast!

Magnum Wine Radio 213 – Bebes.Comes comemora aniversário com WineSet

O projecto Bebes.Comes, do casal Joana Marta e Pedro Moreira organiza já no próximo dia 12 de Janeiro mais um evento da sua lavra, o Wineset Bebes.Comes 2019, desta feita no espaço Cais à Porta, na zona da Beira-Mar em Aveiro. Em pleno fim de semana de São Gonçalinho, eis que das 15h às 19h, nove produtores irão animar (com um DJ à mistura) os enófilos presentes. Ouça tudo no podcast!

Magnum Wine Radio 198 – Há bons novos vinhos na Quinta da Romaneira

A segunda maior quinta do Douro, a Quinta da Romaneira, tem navegado em águas diferentes mas continua a conquistar os apaixonados pelos Douros. Lentamente estão a caminhar para encontrarem o seu espaço no mercado, numa luta que não é fácil mas que poderá ser conseguida, tal a qualidade das suas uvas! Fique a saber mais sobre a Romaneira.