Magnum Wine Radio 201 – A Genética de João Póvoa

O Gene é a razão para uma nova conversa com João Póvoa neste podcast. Já tinha sido entrevistado no episódio 86, onde falámos um pouco de tudo. Esta conversa é mais centrada no GENE, na genética de João Póvoa, numa homenagem sentida e marcante aos pais, recentemente falecidos. A mãe, pouco tempo antes do lançamento de outro vinho célebre e o pai neste Verão marcam indelevelmente a vida adegueira e vitivinícola de João Póvoa.

Este vinho também mostra o que é a Bairrada, o que é a guarda de vinhos. E por isso, antes que se diga que o vinho é caro, convém pensar em tudo: no investimento, na guarda, na apresentação, no produto. E um produto de excelência merece isso tudo!

Fiquem com o desejo de provar Kompassus…

Magnum Wine Radio 170 – O Paulo por detrás do Sidónio de Sousa!

Ele é bairradino, ele é Baga Friend, ele é autor de um grande clássico da Bairrada, mas também o discreto e muito directo responsável dos vinhos Sidónio de Sousa. Mas não se chama Sidónio! Paulo Sousa fala-nos de como o nome da casa, o que pretende fazer, quais os novos vinhos e como é importante perceber o consumidor. Não perca o podcast!

Magnum Wine Radio 164 – Uma noite magnífica na III Gala Gastronómica da Bairrada

O Hotel Paraíso recebeu, mais uma vez, a Gala Gastronómica da Bairrada. Terceiro momento de um evento que, trimestre a trimestre, tem conseguindo aumentar a qualidade e animar os muitos presentes que têm enchido a sala do Hotel Paraíso, em Oliveira do Bairro.

Nesta terceira gala os produtores presentes – Argau, Caves Primavera, Quinta do Alvadeo, Quinta dos Abibes, Quinta da Lagoa Velha – mostraram-se de grande nível e a conversa que decorreu no pós-jantar (e que está disponível neste podcast – com a excepção das Caves Primavera, que não estiveram presentes) mostrou produtores que estão apaixonados pela região, preocupados com o caminho a seguir, e entusiasmados com os seus produtos.

A anteceder a refeição os produtores presentes deram a possibilidade de provarmos 5 espumantes. Cada um ao seu estilo, permitiu começar muito bem a noite, que se adivinhava com muitas curiosidades.

De seguida, iniciou-se o desfile dos cinco pratos – como sempre, são cinco chefes, cinco vinhos, todos da região. Começou o chef Bruno Barradas, com a entrada que foi acompanhada pelo espumante da Quinta do Alvadeo, de Marcos Gala

De seguida, o Chef Vitor Fontes deu-nos a provar uma Espuma de Bacalhau, prato acompanhado do vinho Tagarela, da Quinta da Lagoa Velha.

O chef Luis Vidal arriscou  num robalo corado em pistácio com risotto de berbigão e cogumelos, sendo o vinho escolhido para acompanhar o Quinta dos Abibes Sauvignon Blanc 2016

A proprietária e cozinheira Ilda da Maia presenteou os presentes com um Arroz de Cabidela de Leitão à Terraço do Paraiso que foi acompanhado pelo Special Selection 2015 das Caves Primavera.

Por fim, e na sobremesa, o chef pasteleiro Rui Jesus apresentou o Gran Certima acompanhado do espumante Argau, de Adelino Teixeira.

 

Como sempre, houve outras novidades: mais um brilhante bolo – excelente concepção – e um bombom formidável criado com espumante da Bairrada foram novidades oferecidas a todos os presentes

A próxima gala está, desde já, marcada para o dia 11 de Agosto, em pleno Verão e todos aguardamos pelas novidades. Em jeito de conclusão, refiro que os vinhos propostos estiveram globalmente bem – o Sauvignon Blanc dos Abibes e o espumante Argau foram os mais interessantes mas como disse todos estiveram bem. Claro que nas harmonizações, dado que foram os chefs a escolher os vinhos, há os quese mostram mais adequados que outros mas foi uma Gala a recordar!!!

Magnum Wine Radio 159 – Rui Lucas, o Prior de Souselas e do Botão!

Querem saber porque é que o vinho feito por Rui Lucas na zona de Souselas e Botão tem como nome Prior Lucas? E porque usa garrafas negras? E qual a aposta mais recente da marca?

Pronto, se quer saber isso tudo é porque é interessado na marca Prior Lucas. Ou neste podcast 🙂 De qulquer forma, basta ouvir a entrevista e fica a saber todas as respostas… e mais algumas coisas 🙂

Uma tarde fantástica a descobrir a casta BAGA – Em Prova Cega!

Cerca de duas dezenas de apaixonados estiveram recentemente em Aveiro, no Restaurante SALPOENTE (que, diga-se, nos recebeu como verdadeiros príncipes do vinho) para aprender e muito sobre a casta BAGA.

Não entrando em discussões sobre se nasceu na Bairrada ou no Dão ou nos dois, o trajecto que foi feito foi temerário: proporcionou-se aos presentes um verdadeiro teste aos sentidos – (re)conhecer a casta!

Deixou-se de lado os vinhos que “gritam” Bairrada por todo o lado, pelo estilo, pela força, pelos taninos. Fomos tentar descobrir onde é que temerários produtores plantam a casta fora da Bairrada. Demos espaço a alguns dos jovens que estão a reinterpretar a casta (ou como outros dizem, voltando a métodos antigos) e misturámos tudo!

Depois de uma alocução sobre a casta pela mão do grande Ataíde Semedo, o grupo, constituído por alguns tarimbados em provas cegas, variadíssimos neófitos nestes metiers e alguns enólogos ou profissionais do sector, teve que “suportar” estoicamente 18 vinhos, não sabendo se estavam a beber Bagas feitos na Bairrada ou fora dela.

É que o desafio também foi esse! Desde o início, o Magnum Wine Club/Bairrada Wine Passion, com o apoio dos Cegos por Provas, quis juntar TODOS os vinhos com casta BAGA criados fora da Bairrada com os Bagas da Nova Geração (ou feitos como os antigos).

Conseguiu-se um plantel de grande nível. Praticamente todos os produtores de fora da Bairrada estiveram presentes e alguns da Bairrada. Aqui ficam os nomes dos que aceitaram o nosso desafio.

Fita Preta (António Maçanita) do Alentejo: Adega Camolas e Quinta Brejinho da Costa, de Setúbal; das Terras de Sicó, o Monte Formigão; pela Beira Interior, a Quinta dos Termos e pelo Douro, a Quinta de Vale Meão.

O “plantel” da Bairrada compunha-se de Ares da Bairrada (Regateiro), Ataíde Semedo, Campolargo, Caves Messias, GIZ, Pedro Guilherme Andrade, Vadio e VPuro.

Em termos globais, foi muito interessante verificar as conversas entre os presentes, muitas vezes sem saberem qual a “região” dos vinhos – cada flight tinha vinhos que eram “ou da Bairrada” ou de fora da Bairrada” mas no global o que foi mais curioso, sem dúvida, foi o espanto sobre os estilos, as formas de fazer e de trabalhar a casta BAGA.

A prova foi sobretudo educativa e por isso não serão publicados os resultados gerais, apenas acessíveis aos produtores presentes e aos participantes. Queremos no entanto referi r que a qualidade global foi muito interessante, com a constância das classificações (1 ponto a separar mais de metade dos vinhos em prova numa escala 10-20) e algumas surpresas.

Poderemos, de qualquer forma, dar os parabéns a todos os produtores, referindo que os vinhos Monte Formigão 2015 (Terras de Sicó) e Comendador Costa Reserva 2014 foram os que mais agradaram no sector dos “fora da Bairrada enquanto que entre os participantes da Bairrada, alguns dos preferidos foram o Grande Vadio 2013, o Ataíde Semedo Grande Reserva 2015, o Vinho D’Anita 2015 (Ares da Bairrada) e o Giz Quinta das Cavaleiras.

Muitos ficaram agora rendidos a todos os Bagas, desde os clássicos a este tipo de produtos e acreditamos que, só por isso, a prova já tenha validado a pena!

Magnum Wine Radio 146 – O senhor Singularidade

Neste episódio do podcast, o Magnum Wine Radio foi conversar com o senhor Singularidade, Mário Sérgio de seu nome!

Fiquem a conhecer um pouco dele, da sua relação com Rui Moura Alves, com aquilo que acredita e com o perfil de vinho que daria a provar a quem se dirigisse para conhecer Quinta das Bageiras!

Magnum Wine Radio 136 – Vinha D’Anita ou a melhor forma de homenagear a mãe e a Bairrada

Vinha D’Anita é uma homenagem, é uma vinha, é um vinho, é a Baga trabalhada da forma ancestral que permite um vinho gastronómico, com pouco grau alcoólico, aprazível, ao mesmo tempo que complexo e a adivinhar belas noitadas. Que melhor forma de homenagear a mãe, caro Casimiro Gomes. O homem da Lusovini, cuja marca própria para a Bairrada, as suas vinhas, é Regateiro, prestou assim uma bela homenagem à mãe e ao mesmo tempo criou, em conjunto com a Sónia Martins, um vinho que honra a Bairrada e que nos permite usufruir dela. Ouçam a explicação para este vinho, que sai em garrafas de 0,75l.

Magnum Wine Radio 121 – Ainda sobre o estudo dos vinhos da Bairrada

Se ainda não teve a oportunidade de ler sobre o estudo que organizei sobre as notas dadas pelos criticos portugueses aos vinhos da Bairrada, eis aqui a continuação da descrição das notas, criticas e dados mais relevantes. Ouça em podcast ou então… leia o estudo de forma completa!

Os melhores vinhos de 2017 da Bairrada… segundo os críticos!

Um estudo Magnum Wine Club / BairradaWinePassion determinou os melhores vinhos da Bairrada para os críticos portugueses. E as conclusões são agridoces para os produtores desta grandiosa região.

Fazer uma avaliação de um vinho baseado nas opções de somente um crítico é sempre falível. Por muita consideração que tenho por qualquer um dos críticos, poderá haver condicionantes (zangas entre produtores e críticos, gosto pessoal, ser prova cega ou não) que façam com que o exercício solitário da avaliação seja, como referi, solitário e exclusivo. E também por isso, embora tendo opinião pessoal, recuso-me a fazer notas sobre os vinhos. Poderei, eventualmente, fazer listas dos vinhos que me apaixonaram, harmonizaram melhor, os de um determinado evento mas não dar notas absolutas de prova quando nem as condições são as melhores.

Entendi por isso, pegar nos críticos portugueses da imprensa especializada e em avaliadores regulares de vinhos para analisar como se comporta a Bairrada em geral, e os vinhos e os seus produtores em particular. E a imagem poderia ser bem mais bonita, o que comprova que ainda falta muito por fazer.

Para avaliar quais os melhores vinhos provados em 2017, temos que fazer duas tabelas: uma absoluta (que pessoalmente desconsidero em relação à outra) e outra em que apenas colocamos os vinhos provados por mais do que uma revista. Entendemos ser esta última mais JUSTA. Também avaliei as preferências pessoais de cada um dos críticos/revistas, nas tabelas que estão apresentadas no final do texto.

A segunda tabela, que como refiro, considero injusta, como poderão notar nas tabelas das revistas, é a seguinte:

Quanto a tendências e conclusões, aqui ficam:

  • Sendo a primeira vez que um comparativo destes é feito, referir que houve 232 vinhos analisados ao longo do ano é sempre uma análise subjectiva. Depende do trabalho de comunicação das empresas e da Comissão, depende da sugestão de temas e depende igualmente do que os produtores lançam para o mercado e querem ver promovido. As médias são o que são mas tendo em conta que há 40 produtores com vinhos analisados, dá uma média de 6 referências por cada um…
  • Segundo facto: 40 produtores com vinhos analisados. Destes, metade tiveram 4 ou menos referências analisadas. Podemos concluir duas coisas díspares: são somente 40 por cento dos associados da CVR Bairrada mas, pelo lado positivo, são o mesmo número de empresas que todos os anos estão na Feira do sector que se realiza no Velódromo.
  • Destes 232 vinhos, houve 137 analisados pelo João Paulo Martins (quase 60 por cento do total); 70 pela Revista de Vinhos; 60 pela Paixão pelo Vinho e 53 pela Vinho Grandes Escolhas (prejudicada nestas contas por não ter sido o ano inteiro…). Impressionante como os produtores escolhem por ignorar ou não aparecem notas de prova no FUGAS do Público, que ao longo do ano analisa mais de 300 vinhos e destes, apenas 7 foram Bairrada. Igual tendência no Fernando Melo (Evasões) e Aníbal Coutinho).
  • Estes números provam que os produtores da Bairrada, na sua generalidade, ou não querem mandar ou não sabem como mandar os seus vinhos para avaliação. É sintomático que o João Paulo Martins, que manda um email e solicita apoio à CVR consiga avaliar em 2017 o mesmo que as principais revistas… juntas.
  • Nota-se que há produtores que não se relacionam com certos críticos ou revistas. É tão evidente que nem vou fazer comentários em relação a isso. Cada um sabe da sua casa mas num modelo em que o vinho só aparece publicado se tiver nota 15 ou superior, estranha fica esta questão. Optei por não incluir os dados em bruto, estando disponível para conversar com quem pretender mais dados.
  • De louvar a dinâmica de Carlos Campolargo. Em diversas revistas, foram analisadas 23 referências da casa Campolargo, um destaque que lhe deu tempo de antena em todas as revistas e críticos da especialidade.

As casas que mais provas enviam, que usam mais esta ferramenta são a Aliança Vinhos de Portugal (o Aliança Reserva Tinto fez o pleno e foi analisado em todas as revistas e críticos), sendo Campolargo, São João e São Domingos igualmente versáteis a mandar. Casa de Saima, Messias e Adega de Cantanhede recebem menções honrosas nesse aspecto.

  • Não há qualquer relação entre ser grande ou pequeno e o número de críticas. Há casas que não mandam ou quase não mandam produtos para análise sendo empresas que produzem em grande quantidade e/ou ao mesmo tempo, recebendo outro tipo de prémios.
  • Há produtores que, pura e simplesmente, não enviam vinhos para análise nas revistas portuguesas. Vadio, Caves da Montanha e Filipa Pato são alguns exemplos, e esta última só apareceu numa reportagem na Vinho Grandes Escolhas – as notas dos vinhos são do guia de João Paulo Martins. Foz de Arouce e Luís Pato são outros casos. Em todos estes, a forte aposta no estrangeiro ajuda a perceber a opção.

É importante analisar também que a Bairrada é caracterizada pela preponderância de empresas de pequeno porte, com gestão familiar, o que poderá alterar a forma como se pensa na comunicação dos vinhos e no seu envio para análise.

Por fim, quero também lembrar que muitas das empresas da Bairrada ainda trabalham para um segmento de preço baixo (com produtos de qualidade interessantíssima para o preço apresentado) e entendem que os seus produtos não vão ser analisados devido a isso. Mas há bons exemplos do contrário, como poderei demonstrar a quem pretender.

Em relação à metodologia descrita abaixo, quero apenas realçar alguns pormenores. Optei, à falta de uma validação própria como a tabela da Decanter (de comparação entre notas 50-100 e notas 10-20) por fazer apenas a redução matemática, algo sempre criticável. Também poderão perguntar porque me centrei apenas em notas portuguesas. Simples… este estudo é para o mercado português, para o consumidor português. Desejo tudo de bom para as marcas exportadoras da Bairrada.

O estudo / ranking Magnum Wine Club / BairradaWinePassion 2017 tem por base os vinhos com denominação de origem Bairrada ou de produtores reconhecidos na Bairrada que submeteram garrafas suas a análise crítica de meios de comunicação social e críticos com publicações regulares. Foram escolhidas a Paixão pelo Vinho (nº67 a 70) referentes a 2017, Wine (a última edição), Revista de Vinhos e Vinho Grande Escolhas, Fugas, Evasões e os livros Copo e Alma de Aníbal Coutinho (só com 363 referências) e o guia do João Paulo Martins 2018.  Todas as marcas registadas são propriedade dos seus autores/produtores tendo este estudo sido realizado usando somente dados públicos, propriedade intelectual das revistas.

Os factos são factos, as conclusões são da minha inteira responsabilidade.

Aveiro, 15 de Janeiro de 2018

João Manuel Oliveira

jmo@magnumwineclub.com