
Baga em congresso no final do mês

Num podcast recente referimos os vencedores do Concurso Vinhos de Portugal deste ano. Mas entretanto houve algumas alterações/correcções e novidades e o blog pediu esclarecimentos à organização do concurso, a ViniPortugal. Através da agência de comunicação, recebemos a listagem completa dos vinhos certificados Bairrada que receberam medalhas e que damos a conhecer aqui.
Os nossos parabéns a todos os premiados. A ordem aqui colocada foi enviada pela organização.
Aliança Vinhos de Portugal | Aliança Baga Clássico By Quinta da Dôna | 2011 | Grande Ouro |
PositiveWine,lda | Flutt | 2015 | Grande Ouro |
Luis Pato Unip Lda | Quinta do Moinho | 2000 | Grande Ouro |
ADEGA COOPERATIVA DE CANTANHEDE, CRL | MARQUÊS DE MARIALVA – Baga Reserva | 2014 | Ouro |
ADEGA COOPERATIVA DE CANTANHEDE, CRL | MARQUÊS DE MARIALVA – Arinto Grande Reserva | 2014 | Ouro |
Caves São João, Lda. | QUINTA DO POÇO DO LOBO ARINTO & CHARDONNAY | 2015 | Ouro |
CAVES DA MONTANHA – A. HENRIQUES, SA. | A. HENRIQUES SUPER-RESERVA | 2016 | Ouro |
Quinta doOrtigão – Sociedade Agroturistica, Lda | Vinho Tinto Ortigão Reserva | 2014 | Prata |
Quinta dos Abibes | Quinta dos Abibes, Espumante Arinto e Baga 2013 | 2013 | Prata |
CAVES DA MONTANHA – A. HENRIQUES, SA. | A. HENRIQUES | 2013 | Prata |
Anadiagro Lda | Casa do Canto, Baga@Bairrada | 2015 | Prata |
Soociedade Agrícola e Comercial dos Vinhos Messias, S.A. | MESSIAS GRANDE CUVÉE MILESIME BRUTO | 2013 | Prata |
Global Wines | Encontro 1 | 2013 | Prata |
ADEGA COOPERATIVA DE CANTANHEDE, CRL | MARQUÊS DE MARIALVA – Extra Bruto Cuvée | 2012 | Prata |
Rui Lucas | PRIOR LUCAS – Tinto – Baga Tinta-Roriz Syrah | 2015 | Prata |
Luis Pato Unip Lda | Pato Rebel branco | 2017 | Prata |
Um estudo Magnum Wine Club / BairradaWinePassion determinou os melhores vinhos da Bairrada para os críticos portugueses. E as conclusões são agridoces para os produtores desta grandiosa região.
Fazer uma avaliação de um vinho baseado nas opções de somente um crítico é sempre falível. Por muita consideração que tenho por qualquer um dos críticos, poderá haver condicionantes (zangas entre produtores e críticos, gosto pessoal, ser prova cega ou não) que façam com que o exercício solitário da avaliação seja, como referi, solitário e exclusivo. E também por isso, embora tendo opinião pessoal, recuso-me a fazer notas sobre os vinhos. Poderei, eventualmente, fazer listas dos vinhos que me apaixonaram, harmonizaram melhor, os de um determinado evento mas não dar notas absolutas de prova quando nem as condições são as melhores.
Entendi por isso, pegar nos críticos portugueses da imprensa especializada e em avaliadores regulares de vinhos para analisar como se comporta a Bairrada em geral, e os vinhos e os seus produtores em particular. E a imagem poderia ser bem mais bonita, o que comprova que ainda falta muito por fazer.
Para avaliar quais os melhores vinhos provados em 2017, temos que fazer duas tabelas: uma absoluta (que pessoalmente desconsidero em relação à outra) e outra em que apenas colocamos os vinhos provados por mais do que uma revista. Entendemos ser esta última mais JUSTA. Também avaliei as preferências pessoais de cada um dos críticos/revistas, nas tabelas que estão apresentadas no final do texto.
A segunda tabela, que como refiro, considero injusta, como poderão notar nas tabelas das revistas, é a seguinte:
Quanto a tendências e conclusões, aqui ficam:
As casas que mais provas enviam, que usam mais esta ferramenta são a Aliança Vinhos de Portugal (o Aliança Reserva Tinto fez o pleno e foi analisado em todas as revistas e críticos), sendo Campolargo, São João e São Domingos igualmente versáteis a mandar. Casa de Saima, Messias e Adega de Cantanhede recebem menções honrosas nesse aspecto.
É importante analisar também que a Bairrada é caracterizada pela preponderância de empresas de pequeno porte, com gestão familiar, o que poderá alterar a forma como se pensa na comunicação dos vinhos e no seu envio para análise.
Por fim, quero também lembrar que muitas das empresas da Bairrada ainda trabalham para um segmento de preço baixo (com produtos de qualidade interessantíssima para o preço apresentado) e entendem que os seus produtos não vão ser analisados devido a isso. Mas há bons exemplos do contrário, como poderei demonstrar a quem pretender.
Em relação à metodologia descrita abaixo, quero apenas realçar alguns pormenores. Optei, à falta de uma validação própria como a tabela da Decanter (de comparação entre notas 50-100 e notas 10-20) por fazer apenas a redução matemática, algo sempre criticável. Também poderão perguntar porque me centrei apenas em notas portuguesas. Simples… este estudo é para o mercado português, para o consumidor português. Desejo tudo de bom para as marcas exportadoras da Bairrada.
O estudo / ranking Magnum Wine Club / BairradaWinePassion 2017 tem por base os vinhos com denominação de origem Bairrada ou de produtores reconhecidos na Bairrada que submeteram garrafas suas a análise crítica de meios de comunicação social e críticos com publicações regulares. Foram escolhidas a Paixão pelo Vinho (nº67 a 70) referentes a 2017, Wine (a última edição), Revista de Vinhos e Vinho Grande Escolhas, Fugas, Evasões e os livros Copo e Alma de Aníbal Coutinho (só com 363 referências) e o guia do João Paulo Martins 2018. Todas as marcas registadas são propriedade dos seus autores/produtores tendo este estudo sido realizado usando somente dados públicos, propriedade intelectual das revistas.
Os factos são factos, as conclusões são da minha inteira responsabilidade.
Aveiro, 15 de Janeiro de 2018
João Manuel Oliveira