Magnum Wine Radio 132 – Prémios da Vinho Grandes Escolhas

A revista Vinho – Grandes Escolhas deu a conhecer na passada sexta-feira os vencedores dos seus prémios. Aqui ficam os vencedores e a justificação da revista para os premiados. Leia ou ouça no podcast de hoje os premiados.

 

Produtor Revelação – A & D Wines
A primeira vinha data de 1991, mas até 2017 o vinho ia para terceiros. Então, Alexandre e Dialina Gomes receberam a ajuda do experiente enólogo Fernando Moura e começaram a engarrafar em nome próprio. Mas foi só em 2014 que a A&D Wines ganhou dimensão, com a aquisição da Quinta de Santa Teresa, também na região de Baião, um terroir que é um misto de Douro e Vinhos Verdes. A primeira colheita foi vinificada em 2015 e desde então o caminho tem sido sempre de crescente afirmação.

Produtor – Rocim
São “apenas” dez anos de história, mas têm muito para contar. Catarina Vieira e Pedro Ribeiro já fizeram da Herdade do Rocim um caso notável no panorama dos vinhos do Alentejo, mas não fazem tenções de abrandar: a cada ano que passa, novos vinhos e ideias vão surgindo. As vinhas – 70 hectares entre Cuba e Vidigueira – e uma adega moderníssima são as ferramentas deste casal, que aposta cada vez mais na sustentabilidade. E, por isso, a partir de 2017 a imagem da casa passou a ser uma planta raríssima, outrora abundante na região.

Adega Cooperativa – Adega Cooperativa de Favaios
Uma adega cooperativa que baseia a sua actividade nos vinhos generosos? Pouco provável, mas acontece. E com grande sucesso: só de Favaíto, a sua marca mais popular, a Adega Cooperativa de Favaios faz sair anualmente para a rua 23 milhões de garrafinhas de 55ml. Na base de tudo estão as uvas, da casta Moscatel Galego, que a Adega Cooperativa paga bem e a horas, para além de prestar assistência técnica aos viticultores (são 550 associados), através de uma equipa de três engenheiros.

Empresa – Casa Santos Lima
Em 2017, a Casa Santos Lima fez 19 milhões de garrafas e o sucesso comercial assente numa filosofia de preços contidos promete fazer crescer estes números. A história tem menos de três décadas, mas a liderança tranquila de José Luís Oliveira da Silva transformou um pequeno produtor da Aldeia Galega da Merceana, Alenquer, num dos principais agentes do sector em Portugal. Muito virada para a exportação (88% do volume de negócios), a Casa Santos Lima produz em cinco regiões nacionais e está presente em 52 países de todos os continentes.

Empresa (Vinhos Generosos) – Caves Messias
Esta é uma das poucas casas de Vinho do Porto que é bem portuguesa, sendo administrada e orientada pelos dois ramos da mesma família: Vigários e Baptistas. As Caves Messias vivem longe das luzes da ribalta, mas esse sossego é aproveitado para concentrar esforços no que realmente interessa. Com o seu foco principal no envelhecimento de tawnies com indicação de idade e nos Colheitas, as provas feitas durante o ano de 2017 mostram que a empresa está no bom caminho.

Singularidade – Mário Sérgio Alves Nuno
Uvas colhidas à mão, tintos feitos em lagares sem adição de leveduras com engaço, envelhecimento em tonel ou barrica usada. Desde 1989, quando começou a engarrafar os vinhos da casa, que Mário Sérgio Alves Nuno produz na Quinta das Bágeiras seguindo os mesmos princípios de simplicidade, mesmo quando inova no enriquecimento da gama. Grande entusiasta da Bairrada, faz sempre questão de se apresentar, não como produtor, mas sim como vigneron. E nós estamos de acordo.

Enólogo – Paulo Nunes
Paulo Nunes faz vinhos não tanto por gamas, quanto por estilos. Todos diferentes, tão desafiantes como inesquecíveis. Vinhos com carácter vincado, com personalidade inimitável, mesmo nas gamas de entrada, e sempre com um denominador comum – reflectem bem a região onde nasceram. Casa da Passarella e Quinta da Bica, no Dão, e Casa de Saima, na Bairrada, são os seus projectos mais marcantes. Na génese do sucesso, dois factores determinantes: a paixão pelo trabalho na vinha e a capacidade para interpretar o legado de outras eras e adaptá-lo aos tempos modernos.

Enólogo (Generosos) – Ana Rosas
Ana Rosas começou cedo a aprender com os melhores – nomeadamente com o tio José Rosas e o primo João Nicolau de Almeida, a quem sucedeu no cargo de ‘master blender’ da Ramos Pinto – e pode dizer-se que convive com o Vinho do Porto quase desde o berço. Assistida por João Soares, é sua a assinatura dos vinhos da casa e os resultados mostram que os fantásticos Porto da Ramos Pinto e os consumidores estão em muito boas mãos.

Viticultura – Esporão
A opção por um modo de produção biológico, mesmo nos casos é que é ditada por pulsões mais ou menos românticas, é sempre uma opção que comporta riscos. Se para um pequeno produtor esse assumido respeito pela terra é um desafio, imagine-se para um gigante como o Esporão, com mais de 600 hectares de vinha… João Roquette e a sua equipa puseram mãos à obra em 2011 e hoje a auto-sustentabilidade da Herdade do Esporão é um objectivo cada vez mais próximo.

Organização Vitivinícola – CVR Beira Interior
Nunca foi fácil viver na Beira Interior, terra dura e distante, durante muito tempo longe dos olhares do país e do mundo. Mas agora isso está a mudar – e a fileira vitivinícola é uma das locomotivas da economia local. A profusão de vinhas velhas, um lote de castas bastante específicas e a dedicação dos produtores formam o cenário para o trabalho eficaz da CVR local. A Beira Interior é uma das regiões nacionais com mais “futuro” no sector dos vinhos.

Enoturismo – Bacalhôa Vinhos de Portugal
Os números são impressionantes: meio milhão de visitantes em 2016, cinco destinos em quatro regiões vitivinícolas. A Bacalhôa Vinhos de Portugal é o maior operador enoturístico de Portugal e a sua Quinta dos Loridos, onde se encontra o famoso Bacalhôa Buddha Eden, será, com 300.000 visitantes anuais, o destino enoturístico mais visitado do país. Aliando a arte e o vinho num cocktail sempre desafiante e a preços muito acessíveis, a Bacalhôa promete não ficar por aqui.

Garrafeira – Empor Spirits & Wine
A rua Castilho, em Lisboa, é “casa” de escritórios de advogados, instituições financeiras e lojas de roupa exclusivas. Não espanta, por isso, que a disponibilização do luxo acessível seja a filosofia de base da garrafeira que aí se instalou. A Empor Spirits & Wine aposta numa selecção criteriosa e nos últimos anos tornou-se muito activa na organização de provas. Maria Eugénia Vasconcelos lidera as operações, apoiada por Vanessa Neves.

Loja Gourmet – Manteigaria Silva
Há fruta à porta da Manteigaria Silva e um passante menos informado ou mais distraído até poderia pensar que esta é apenas mais uma das mercearias que ainda vão sobrevivendo por Lisboa. Mas quando se entra, tudo muda. O espaço é exíguo, mas está preenchido com propostas de grande qualidade e autenticidade garantida, com destaque para três produtos que formam o núcleo duro da oferta da loja: bacalhau, queijos e enchidos/presuntos.

Wine Bar – Bar do Binho
Mesmo no centro de Sintra, defronte ao Palácio da Vila, fica um dos mais antigos wine bars de Portugal, que também é uma garrafeira especializada em Vinhos do Porto. O proprietário e a alma do lugar é Paulo Cruz, conhecedor e apaixonado por Portos e Madeiras, organizador do festival Porto Extravaganza. No Bar do Binho encontramos centenas de referências, entre generosos, tintos, brancos e espumantes, mas difícil é não pedir aquela garrafa especial e vetusta que há tanto tempo procurávamos…

Restaurante – Ferrugem
Um antigo estábulo do século XVII, com paredes de granito e uma imensa porta de ferro, em Portela, Famalicão. Local e cenário improváveis para Renato Cunha dar corpo à sua paixão pela cozinha. Uma paixão que surgiu tarde na vida, mas bem a tempo de nos brindar com pratos que aliam um apurado sentido estético a uma sede constante de conhecimento e experimentação. A cozinha do Ferrugem homenageia acima de tudo os produtos, de forte identidade minhota. Mas encara-os como desafios para criar uma experiência sempre sedutora.

Restaurante (Cozinha Tradicional Portuguesa) – Mercearia Gadanha
Michele Marques nasceu em Petrópolis, no Brasil, mas a sua paixão pela comida permitiu-lhe em pouco menos de uma década tornar-se uma das maiores embaixadoras da gastronomia alentejana. Na Mercearia Gadanha, em Estremoz, encontramos tudo: petiscos e pratos complexos, sabores genuínos, apresentação cuidada e um toque de criatividade. É isto a comida de conforto.

Sommelier – Teresa Gomes
A função de sommelier está umbilicalmente ligada à hotelaria e a à restauração, mas não se esgota por aí. Teresa Gomes sabe disso e a sua competência profissional e gosto pelo trabalho permitem-lhe pôr mãos à obra e lidar directamente com o serviço, de forma didáctica e enriquecedora para o público. Sem salamaleques nem preconceitos vínicos, sempre com um sorriso. É dessa massa que um sommelier de topo deve ser moldado.

David Lopes Ramos – Edgardo Pacheco
O azeite tem sido a sua causa maior nos últimos tempos, mas Edgardo Pacheco é um homem com muitos interesses e sabedoria a condizer. Vigilante atento do mundo dos vinhos e da gastronomia, escreve em várias publicações e é autor e apresentador de um programa televisivo. Edgardo Pacheco, jornalista, é um homem de paixões intensas e pose serena, que partilha a sua sabedoria com a simplicidade e o desprendimento dos verdadeiros mestres. E é, acima de tudo, aquele tipo que todos queremos ter ao nosso lado na mesa.

Senhor do Vinho – Salvador Guedes
Líder da terceira geração da família Guedes à frente dos destinos da Sogrape, Salvador Guedes é um grande Senhor do Vinho. O avô, Fernando Van Zeller Guedes, criou o Mateus Rosé, a mais famosa marca de vinho de Portugal. O pai, Fernando Guedes, alargou os horizontes da empresa e investiu na industrialização e na produção. O legado de Salvador Guedes tem como marca de água a internacionalização, transformando a Sogrape numa empresa de nível mundial. Homenagem a um grande empresário e a um Homem exemplar.

Campanha Publicitária – Murganheira
O espumante é a bebida festiva por excelência. E a campanha da Murganheira vem dizer-nos que a sofisticação, o glamour, a elegância e mesmo o luxo estão mais na nossa atitude enquanto consumidores do que no maior ou menor volume da nossa carteira. Com uma sensualidade mais sugerida do que explícita, a Murganheira diz-nos também que o prazer e as paixões da partilha do vinho estão ao alcance de todos.

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