Magnum Wine Radio 190 – IV Gala Gastronómica da Bairrada mostrou a versatilidade dos vinhos

O maior podcast feito até à data justifica-se com os convidados desta gala, que estiveram em grande forma nos vinhos, nos espumantes e também na conversa!

Decorreu a meados deste mês, sempre no Hotel Paraíso, em Oliveira do Bairro, a IV Gala Gastronómica da Bairrada. Mais uma vez casa cheia para receber 6 chefs, 6 pratos e 6 vinhos da Região. A única diferença em relação a outras galas foi que, desta vez, os produtores “repetiram” presenças!

O Chef Luís Patrão abriu as hostilidades, depois dos canapés com vários espumantes – de grande nível – com um Pitáu de Raia em grande forma, acompanhado com o 3B extra-bruto da Filipa Pato (a produtora não esteve presente mas fez-se representar pelo pai, Luís Pato). O Chef Armando Matos – que dias depois anunciou que ficou com a chefia do Anna’s, em Aveiro – seguiu-se, com um Lúcio da Pateira com aromas de caldeirada. Um prato que caiu muito bem no gosto dos presentes, e que teve a acompanhá-lo o Vinho Branco Quinta do Valdoeiro 2016 das Caves Messias.

De seguida, um prato rebelde com um vinho igualmente rebelde. O Pato Rebel 2017 do Luís Pato acompanhou com mestria a “Cavala e o seu Habitat” do chef Jorge Pardal. E dos peixes, seguiu-se a carne e, adivinharam, dois tintos bairradinos. O Chef Hugo Pereira apresentou-nos uma Favada à Gondoreza nos dias de hoje, em que o rojão estava bem apresentado e com um belo sabor. O vinho Baga Tradição 2016, um 100 por cento Baga das Caves Messias, mostrou frescura, vivacidade e acompanhou de forma impecável este prato.

O “Cabrito e as texturas da terra” do Chef Gonçalo Melo cumpriu de forma exemplar o imaginário das gentes bairradinas com o bicho a ser acompanhado por um Casa do Canto Bairrada Reserva 2015 a mostrar que a cave vai ser excelente para estes vinhos e onde se nota bem o dedo do Osvaldo Amado no mesmo.

Para a sobremesa, o Chef Ricardo Santos jogou com o olhar – pois a beleza estimula os sentidos – e apresentou o prato “Oliveira Doce”, que foi acompanhado com o “Abafado Molecular is a Branco 2011” do Luís Pato. Um vinho completamente fora da caixa, cujos aromas e boca foram o casamento ideal para o prato e uma das boas surpresas para quem nunca tinha provado este vinho.

A organização anunciou, desde já, a data e o elenco da V e última gala Gastronómica. Dia 10 de Novembro, no Hotel Paraíso, vão estar juntos o Chef Armindo Alves, Delfim Soares, Nuno Cabral, Flávio Silva, Gerson Oliveira, Eduardo Maya e Waldeci Marreiros. Os vinhos, saberemos mais perto do momento!

Magnum Wine Radio 189 – Tudo sobre a IV Gala Gastronómica da Bairrada

A IV Gala Gastronómica da Bairrada é já este fim de semana, no sábado dia 11, em Oliveira do Bairro. Seis chefes, seis pratos e quatro produtores bairradinos juntam-se no Hotel Paraíso para animar mais uma noite de encanto da gastronomia e dos vinhos da Bairrada.

Se num dos próximos podcasts ficarão a saber o que pensam os produtores presentes, desta feita fica a antecipação. Luis Pato e Caves Messias repetem “chefs” enquanto que a Filipa Pato e a Casa do Canto dedicam-se a um dos chefs presentes. Será uma noite animada!

Saiba quais os bairradinos premiados no Concurso dos vinhos de Portugal

Num podcast recente referimos os vencedores do Concurso Vinhos de Portugal deste ano. Mas entretanto houve algumas alterações/correcções e novidades e o blog pediu esclarecimentos à organização do concurso, a ViniPortugal. Através da agência de comunicação, recebemos a listagem completa dos vinhos certificados Bairrada que receberam medalhas e que damos a conhecer aqui.

Os nossos parabéns a todos os premiados. A ordem aqui colocada foi enviada pela organização.

Aliança Vinhos de Portugal Aliança Baga Clássico By Quinta da Dôna 2011 Grande Ouro
PositiveWine,lda Flutt 2015 Grande Ouro
Luis Pato Unip Lda Quinta do Moinho 2000 Grande Ouro
ADEGA COOPERATIVA DE CANTANHEDE, CRL MARQUÊS DE MARIALVA  – Baga Reserva 2014 Ouro
ADEGA COOPERATIVA DE CANTANHEDE, CRL MARQUÊS DE MARIALVA – Arinto Grande Reserva 2014 Ouro
Caves São João, Lda. QUINTA DO POÇO DO LOBO ARINTO & CHARDONNAY 2015 Ouro
CAVES DA MONTANHA – A. HENRIQUES, SA. A. HENRIQUES SUPER-RESERVA 2016 Ouro
Quinta doOrtigão – Sociedade Agroturistica, Lda Vinho Tinto Ortigão Reserva 2014 Prata
Quinta dos Abibes Quinta dos Abibes, Espumante Arinto e Baga 2013 2013 Prata
CAVES DA MONTANHA – A. HENRIQUES, SA. A. HENRIQUES 2013 Prata
Anadiagro Lda Casa do Canto, Baga@Bairrada 2015 Prata
Soociedade Agrícola e Comercial dos Vinhos Messias, S.A. MESSIAS GRANDE CUVÉE MILESIME BRUTO 2013 Prata
Global Wines Encontro 1 2013 Prata
ADEGA COOPERATIVA DE CANTANHEDE, CRL MARQUÊS DE MARIALVA – Extra Bruto Cuvée 2012 Prata
Rui Lucas PRIOR LUCAS – Tinto – Baga Tinta-Roriz Syrah 2015 Prata
Luis Pato Unip Lda Pato Rebel branco 2017 Prata

Os melhores vinhos de 2017 da Bairrada… segundo os críticos!

Um estudo Magnum Wine Club / BairradaWinePassion determinou os melhores vinhos da Bairrada para os críticos portugueses. E as conclusões são agridoces para os produtores desta grandiosa região.

Fazer uma avaliação de um vinho baseado nas opções de somente um crítico é sempre falível. Por muita consideração que tenho por qualquer um dos críticos, poderá haver condicionantes (zangas entre produtores e críticos, gosto pessoal, ser prova cega ou não) que façam com que o exercício solitário da avaliação seja, como referi, solitário e exclusivo. E também por isso, embora tendo opinião pessoal, recuso-me a fazer notas sobre os vinhos. Poderei, eventualmente, fazer listas dos vinhos que me apaixonaram, harmonizaram melhor, os de um determinado evento mas não dar notas absolutas de prova quando nem as condições são as melhores.

Entendi por isso, pegar nos críticos portugueses da imprensa especializada e em avaliadores regulares de vinhos para analisar como se comporta a Bairrada em geral, e os vinhos e os seus produtores em particular. E a imagem poderia ser bem mais bonita, o que comprova que ainda falta muito por fazer.

Para avaliar quais os melhores vinhos provados em 2017, temos que fazer duas tabelas: uma absoluta (que pessoalmente desconsidero em relação à outra) e outra em que apenas colocamos os vinhos provados por mais do que uma revista. Entendemos ser esta última mais JUSTA. Também avaliei as preferências pessoais de cada um dos críticos/revistas, nas tabelas que estão apresentadas no final do texto.

A segunda tabela, que como refiro, considero injusta, como poderão notar nas tabelas das revistas, é a seguinte:

Quanto a tendências e conclusões, aqui ficam:

  • Sendo a primeira vez que um comparativo destes é feito, referir que houve 232 vinhos analisados ao longo do ano é sempre uma análise subjectiva. Depende do trabalho de comunicação das empresas e da Comissão, depende da sugestão de temas e depende igualmente do que os produtores lançam para o mercado e querem ver promovido. As médias são o que são mas tendo em conta que há 40 produtores com vinhos analisados, dá uma média de 6 referências por cada um…
  • Segundo facto: 40 produtores com vinhos analisados. Destes, metade tiveram 4 ou menos referências analisadas. Podemos concluir duas coisas díspares: são somente 40 por cento dos associados da CVR Bairrada mas, pelo lado positivo, são o mesmo número de empresas que todos os anos estão na Feira do sector que se realiza no Velódromo.
  • Destes 232 vinhos, houve 137 analisados pelo João Paulo Martins (quase 60 por cento do total); 70 pela Revista de Vinhos; 60 pela Paixão pelo Vinho e 53 pela Vinho Grandes Escolhas (prejudicada nestas contas por não ter sido o ano inteiro…). Impressionante como os produtores escolhem por ignorar ou não aparecem notas de prova no FUGAS do Público, que ao longo do ano analisa mais de 300 vinhos e destes, apenas 7 foram Bairrada. Igual tendência no Fernando Melo (Evasões) e Aníbal Coutinho).
  • Estes números provam que os produtores da Bairrada, na sua generalidade, ou não querem mandar ou não sabem como mandar os seus vinhos para avaliação. É sintomático que o João Paulo Martins, que manda um email e solicita apoio à CVR consiga avaliar em 2017 o mesmo que as principais revistas… juntas.
  • Nota-se que há produtores que não se relacionam com certos críticos ou revistas. É tão evidente que nem vou fazer comentários em relação a isso. Cada um sabe da sua casa mas num modelo em que o vinho só aparece publicado se tiver nota 15 ou superior, estranha fica esta questão. Optei por não incluir os dados em bruto, estando disponível para conversar com quem pretender mais dados.
  • De louvar a dinâmica de Carlos Campolargo. Em diversas revistas, foram analisadas 23 referências da casa Campolargo, um destaque que lhe deu tempo de antena em todas as revistas e críticos da especialidade.

As casas que mais provas enviam, que usam mais esta ferramenta são a Aliança Vinhos de Portugal (o Aliança Reserva Tinto fez o pleno e foi analisado em todas as revistas e críticos), sendo Campolargo, São João e São Domingos igualmente versáteis a mandar. Casa de Saima, Messias e Adega de Cantanhede recebem menções honrosas nesse aspecto.

  • Não há qualquer relação entre ser grande ou pequeno e o número de críticas. Há casas que não mandam ou quase não mandam produtos para análise sendo empresas que produzem em grande quantidade e/ou ao mesmo tempo, recebendo outro tipo de prémios.
  • Há produtores que, pura e simplesmente, não enviam vinhos para análise nas revistas portuguesas. Vadio, Caves da Montanha e Filipa Pato são alguns exemplos, e esta última só apareceu numa reportagem na Vinho Grandes Escolhas – as notas dos vinhos são do guia de João Paulo Martins. Foz de Arouce e Luís Pato são outros casos. Em todos estes, a forte aposta no estrangeiro ajuda a perceber a opção.

É importante analisar também que a Bairrada é caracterizada pela preponderância de empresas de pequeno porte, com gestão familiar, o que poderá alterar a forma como se pensa na comunicação dos vinhos e no seu envio para análise.

Por fim, quero também lembrar que muitas das empresas da Bairrada ainda trabalham para um segmento de preço baixo (com produtos de qualidade interessantíssima para o preço apresentado) e entendem que os seus produtos não vão ser analisados devido a isso. Mas há bons exemplos do contrário, como poderei demonstrar a quem pretender.

Em relação à metodologia descrita abaixo, quero apenas realçar alguns pormenores. Optei, à falta de uma validação própria como a tabela da Decanter (de comparação entre notas 50-100 e notas 10-20) por fazer apenas a redução matemática, algo sempre criticável. Também poderão perguntar porque me centrei apenas em notas portuguesas. Simples… este estudo é para o mercado português, para o consumidor português. Desejo tudo de bom para as marcas exportadoras da Bairrada.

O estudo / ranking Magnum Wine Club / BairradaWinePassion 2017 tem por base os vinhos com denominação de origem Bairrada ou de produtores reconhecidos na Bairrada que submeteram garrafas suas a análise crítica de meios de comunicação social e críticos com publicações regulares. Foram escolhidas a Paixão pelo Vinho (nº67 a 70) referentes a 2017, Wine (a última edição), Revista de Vinhos e Vinho Grande Escolhas, Fugas, Evasões e os livros Copo e Alma de Aníbal Coutinho (só com 363 referências) e o guia do João Paulo Martins 2018.  Todas as marcas registadas são propriedade dos seus autores/produtores tendo este estudo sido realizado usando somente dados públicos, propriedade intelectual das revistas.

Os factos são factos, as conclusões são da minha inteira responsabilidade.

Aveiro, 15 de Janeiro de 2018

João Manuel Oliveira

jmo@magnumwineclub.com

Caves Messias com enoturismo renovado

Uma loja moderna e condigna, um espaço multifacetado – que pode servir para prova ou exposições, e uma entrada directa para as labirinticas caves são algumas das novidades das Caves Messias, cuja inauguração oficial não deve tardar!

A convite das Caves Messias, nomeadamente do Miguel Pereira, estivemos a visitar o espaço, que está muito agradável. Convive perfeitamente com a estrutura actual mantendo a postura discreta da casa mas que revela no seu interior outra das caracteristicas deste espaço: qualidade e preços fantásticos.

Mal seja inaugurada, avisamos mas acho que nesta fase de soft opening, as Caves Messias já recebem visitantes, nomeadamente na loja!

E como os vinhos são muito gastronómicos e o grupo ia a seguir para o Velodromo, não podia faltar o inevitável repasto tipicamente bairradino!