Gastronomia de Bordo de regresso às mesas do município de Ílhavo.

Começa hoje e prolonga-se até ao final do próximo fim de semana. Muitas oportunidades, em suma, para experimentar os menus mais características da gastronomia das gentes do mar e também para conhecer um pouco da sua história, pois a organização marcou actividades para conhecer os navios bacalhoeiros e o interior de unidades industriais e comerciais, como a lota ou um mercado. E o Magnum Wine Club vai, como no ano passado, apreciar alguns dos menus mais interessantes ou curiosos e dizer da sua justiça. As escolhas de restaurantes e experiências gastronómicas estão disponíveis aqui e as actividades complementares neste link!

O Município de Ílhavo tem uma longa história associada à pesca do Bacalhau, que por estas bandas se chama a “Faina Maior”… Os pescadores e os marinheiros de Ílhavo, ao longo dos tempos, viajavam em navios, primeiro à vela e depois a motor, para o pescar até aos mares do norte, nas costas do Canadá e da Gronelândia, principalmente, para capturar o bacalhau-do-Atlântico (o Gadus Morhua), aquele que é considerado o verdadeiro bacalhau.

Nestas campanhas de pesca, que chegavam a demorar seis meses, os cozinheiros tentavam atenuar o cansaço e a saudades da família com comida reconfortante, como a chora, uma sopa preparada à base de cabeças de bacalhau. Também faziam parte do cardápio as feijoadas ou o feijão assado, o “pão da pana”, o “queque dos domingos”, entre outros pratos que incluíam as partes então consideradas “menos nobres” do bacalhau e também conhecidas como “derivados”: caras, línguas, samos, espinhas, etc… A culinária dos navios bacalhoeiros esteve sempre condicionada pela tecnologia disponível a bordo (e desde logo com a introdução do frigorífico, apenas na década de 30 do século XX) e as técnicas de conservação dos alimentos que, em cada época, era possível ter a bordo.

Mas em Ílhavo sempre houve pesca costeira e, desde que a ria se formou, a partir do século X, também a pesca lagunar, e, com elas, a influência na culinária local que se refletem nas Experiências Gastronómicas de Bordo que os 19 restaurantes participantes nos dão a conhecer…

O Festival Gastronomia de Bordo insere-se numa trilogia de festivais com o mesmo nome e que ocorrem também em Peniche (centrado na pesca costeira) e na Murtosa (27 de novembro a 1 de dezembro, centrado na pesca lagunar), municípios emblemáticos das pescas no Centro de Portugal e que se uniram no projeto Territórios com História: o Mar, as Pescas e as Comunidades.

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